Publicado por Lucinda Maria Brito em 01/10/2020, às 14:45 horas in: https://www.facebook.com/lucindamaria.brito/posts/3119905358132433


LOUROSA – TOPÓNIMO

É uma freguesia portuguesa do concelho de Oliveira do Hospital. Foi concelho até à reforma administrativa de 1832, quando passou a pertencer a Avô.
Encontra-se a sul do alto monte de Santa Cruz. É célebre sobretudo pela sua igreja, que remonta à época da primeira reconquista cristã (912), embora na sua construção tenham sido aproveitados materiais visigóticos e romanos, possuindo mesmo uma ara dedicada a Júpiter, o que comprova a persistência de antigos cultos.
Lourosa foi doada à Sé de Coimbra em 1119 pela rainha D. Teresa e coutada por D. Afonso Henriques em 1132. Teve foral velho dado em Côja pelo bispo de Coimbra em 1347. O foral manuelino é de 1514.
Depois de um pouco de História, vamos ao topónimo.
Em documentos medievais, aparece escrita Laurosa, como nas Inquirições de 1258 e outro ainda de 1255, livro de doações de D. Afonso II, que cita “cautis de Laurosa”. No Cadastro da População de 1527 já aparece com a designação Lourosa.
Laurosa vem do étimo latino laurus que significa loureiro ou louro. O sufixo osa exprime qualidade e quantidade.
Portanto, Lourosa significa o mesmo que loureiral, local onde há muitos loureiros. Abundantes na zona, como se confirma pelo topónimo Loureiro, aldeia que fica perto.
Esta terra tem muitos motivos de interesse e um património antiquíssimo e valioso, a saber:
Pelourinho de Lourosa
Igreja de São Pedro de Lourosa ou Igreja Matriz de Lourosa (monumento nacional)
Capelas do Espírito Santo (ou de Nossa Senhora das Necessidades) e de Santo António, na sede de freguesia e de Santa Apolónia, de Nossa Senhora da Esperança, de Santa Luzia e de S. Nicolau (nas povoações anexas)
Solar setecentista (junto do pelourinho) – Casa da Família Carvalhais, também conhecido como “Casa Grande”)
Vestígios arqueológicos romanos, visigóticos (e árabes-ainda não identificados, só em elementos arquitectónicos na igreja…)
Cruzeiro setecentista
Fonte Velha, um local aprazível e incrivelmente bonito (e outras fontes de mergulho espalhadas pelas povoações anexas)
De acrescentar que há algum tempo (desde 2012) se tem realizado, quase todos os anos, uma Feira Moçárabe, que leva até lá muitos visitantes. É uma terra linda e que respira ancestralidade em cada recanto, em cada rua, em cada pedra. Até o céu parece mais azul! Impossível ir a Lourosa e não nos sentirmos transportados para o seu passado medieval e árabe. É um clima de mistério que se respira ali!

Lucinda Maria
(Consulta do livro ENQUADRAMENTO HISTÓRICO E TOPONÍMIA da autoria de Francisco Correia das Neves. Agradeço à Drª Maria José Borges alguns esclarecimentos)