Publicado por Lucinda Maria Brito em 11/11/2020, às 17:08 horas in: https://www.facebook.com/lucindamaria.brito/posts/3233694096753558
ALVOCO DAS VÁRZEAS – TOPÓNIMO
Alvôco das Várzeas é uma freguesia portuguesa do concelho de Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), situada na margem norte do rio Alvôco.
A freguesia de Alvoco das Várzeas foi inicialmente um curato dependente de Penalva de Alva, a cujo concelho pertenceu, até à sua extinção em 1853. Posteriormente, foi anexada pelo concelho de Sandomil e com a extinção deste último, transitou para o concelho de Oliveira do Hospital, a 24 de Outubro de 1855.
Pertence à rede de Aldeias de Montanha.
Crê-se que Alvôco das Várzeas é uma povoação muito antiga. O aparecimento de mós e moendas e o legado de antropónimos que ainda hoje existem em Alvôco provam que esta povoação foi ocupada pelos romanos devido, talvez, à proximidade das explorações minerais existentes nas várzeas do rio Alvôco.
A freguesia é composta por 14 localidades: Alvoco das Várzeas, Braçal, Candão de Baixo, Candão de Cima, Malhadinha, Parente, Parente de Baixo, Parente de Cima, Quinta da Ferraria, Quinta da Vesteva, Quinta das Covas, Ribeirinha, Tapada e Tapado.
E o topónimo? Depois do que já foi dito, é fácil chegar à conclusão da origem do nome desta linda terra. Toda ela depende do rio que a atravessa: Alvôco. Este, por sua vez, é afluente do Alva, que encontra mesmo por baixo da Ponte das Três Entradas. Parece que, tendo cabeceiras lá para a Estrela, a sudeste de Alvôco da Serra, numa ramificação que tanto é dita Aboaça como Alvoaça, no fundo é um diminutivo de Alva, um pequeno Alva, um Alvazinho. E porquê das Várzeas? Basta olhar as paisagens para perceber. Várzeas são terrenos planos, campinas férteis geralmente nas margens de um rio. Daí o topónimo Alvôco das Várzeas.
Impossível falar desta maravilhosa aldeia, sem referir a sua Ponte Medieval. Pensa-se que terá sido construída no séc. XIV. É uma construção em alvenaria, com dois arcos, mas diferentes. Um é gótico, de curva quebrada e de grande abertura. O outro mais pequeno, é semicircular e irregular. Tem cerca de setenta metros de comprimento e um dos lados mais extenso e mais inclinado.
Junto da Ponte existe uma Praia Fluvial e Parque Merendeiro, na zona ribeirinha do Rio Alvôco (talvez o curso de água menos poluído da Europa), arborizada e devidamente infra-estruturada e com equipamentos de lazer associados.
Curiosas são as Alminhas do Terreirinho que segundo a superstição popular é um local onde se reúnem as bruxas para «congressos» e «acções de formação», situado à saída povoação, na estrada de Âlvoco das Várzeas para a Carvalha.
Ao longo das margens do Rio Alvôco existem diversos moinhos que acrescentam algo de muito peculiar e interessante a este espólio. São eles o moinho do Parente, o moinho das Nogueiras, o moinho da Ribeirinha, o moinho da Volta, o moinho da Moenda (este em funcionamento desde o século XVIII e integrado na unidade de alojamento turístico designada por Quinta da Moenda), o moinho da Regada, o moinho do Chão do Paulo.
Interessante é ainda a Levada, sendo esta um sistema de irrigação comunitária, talvez o maior da região (7Km) e que provavelmente remonta à época romano/árabe. Tem origem no açude de Candam, no Parente e termina no lagar antigo de Alvôco das Várzeas, no Chão Novo.
E muito, muito mais se poderá admirar:
Igreja de Santo André (matriz, obra de arquitetura em continuação da tradição regional setecentista, do século XIX.)
Capela de São Sebastião
Cruzeiros do Adro da Ponte
Casas da Pomba e de Baixo
Buracas dos Mouros
Lucinda Maria
( Consulta do livro do Dr. Francisco Correia das Neves e algumas informações da Internet; fotos de Google)