Publicado por Lucinda Maria Brito em 04/02/2021, às 16:56 horas in: http://srlsampaense.com/index.php/vila-pouca-da-beira-toponimo/
VILA POUCA DA BEIRA – TOPÓNIMO
Vila Pouca da Beira é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Oliveira do Hospital.
Foi extinta (agregada) pela reorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira.
Teve carta de foral em data anterior ao século XIV, pois nas Inquirições de 1258 há referência a um juiz em Vila Pouca, que nos leva a pensar que, nessa época, a povoação era sede de concelho.
Em 1519, D. Manuel I concedeu-lhe foral novo e, em 1836, o concelho foi extinto, passando Vila Pouca a freguesia, que foi agregada ao concelho de Avô, até à sua extinção em 1855 e à sua integração no concelho de Oliveira do Hospital.
O padroeiro de Vila Pouca da Beira é S. Sebastião.
Passemos ao topónimo. Sendo uma localidade antiga, é possível que Vila corresponda a uma villa rústica romana, uma boa unidade de exploração agrícola com casa. “Pouca” quer dizer pequena faz pensar que a povoação propriamente dita não será anterior à nacionalidade, pois o topónimo Vila Pouca é pouco conhecido nos séculos XI e XII.
Por ocasião do Cadastro da População de 1527 ainda se mantinha sem o acrescentamento “da Beira”, mas já surge Vila Pouca da Beira na Informação Paroquial de 1721.
Impossível falar desta bela povoação sem referir o Convento do Desagravo:
“É do Bispo de Coimbra, D. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, a licença para a fundação do Convento do Desagravo concedida a 19 de Agosto de 1780. Para a sua edificação foi escolhido o sítio chamado de S. José, onde existia uma capela que foi substituída pelas novas construções e respetiva cerca. A obra terá sido concluída cerca de 1800. Os fundadores, segundo a provisão régia e episcopal, foram “a Câmara, a Nobreza e o povo de Villa Pouca da Beyra”, que deram os terrenos e certas dotações. Canonicamente, foram fundadores Soror Maria Bárbara, que foi abadessa, e Soror Maria do Sado. Porém, a verdadeira fundadora e dinamizadora foi uma mulher do povo, Genoveva Maria do Espírito Santo, que faleceu a 31 de Dezembro de 1821. Para fundar o Convento mencionado, recolheu esmolas, não só no país como na corte refugiada no Brasil, tendo recebido, ao que parece, jóias das mãos da Rainha D. Carlota Joaquina, que foram aplicadas na custódia. Em 1942, tomaram conta do Convento do Desagravo as religiosas Dominicanas Contemplativas, que desistiram do edifício em 1952, a favor da Junta Geral de Província. Transitou depois a sua posse para a Fundação Bissaya Barreto, que em Julho de 2000 iniciou as obras de recuperação e adaptação do convento a unidade hoteleira.” De referir que primeiro foi Pousada e hoje é Hotel. Dela fazem parte uma bela Igreja e a Casa do Bispo.
Gerrit Komrij, poeta holandês de reconhecimento internacional, fixou residência nesta localidade, onde era estimado por todos. Falecido em 2012, encontra-se sepultado no cemitério local, como era seu desejo. Viveu numa bela moradia que é hoje conhecida como a Casa do Poeta.
Património
Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento ou Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento de Vila Pouca da Beira
Igreja de S. Sebastião (matriz) – construída no Séc. XVIII e reconstruída em 1818.
Ermida de São Miguel (junto à estrada de Digueifel)
Via Romana que a liga a Lourosa
Alminhas
Pelourinho – Monumento de arquitectura político-administrativa e judicial, quinhentista. Com soco cilíndrico e fuste octogonal sem remate.
Casas quinhentistas
Visitem e admirem! Não vão arrepender-se!
Lucinda Maria
(Fontes: Livro de Toponímia de Dr. Francisco Correia das Neves, Google… imagens de Google)