Publicado por Lucinda Maria a 06/12/2017
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Nesses meados do século XIII, vivia em Ulveira de Espital um pobre ferreiro, que trabalhava no seu ofício, servindo todos os senhores da região. Chamava-se Domingues Joanes e era ainda bastante jovem.
Certo dia, terá entrado na sua forja, um lavrador vindo de terra vizinha, S.Paio de Garamacios. Trazia-lhe um arado para que ele o consertasse. Entregou-lhe ainda uns bons pedaços de “ferro” para que ele pudesse ter o material necessário para o conserto.

Olhando o dito “ferro”, o ferreiro apercebeu-se imediatamente que se tratava do mais puro ouro. No dia seguinte, interpelou o lavrador… perguntando se ele tinha mais daquele “ferro”. Este respondeu que sim e que poderia trazer-lho. Foi o que aconteceu.
Dias mais tarde, o ferreiro Joanes partia para o reino de França, com todo aquele ouro que conseguira, de forma inesperada. Ia rico!

Chegado ao reino, conseguiu incorporar-se nos exércitos do rei Luís IX, nas lutas da Reconquista Cristã. Aí, terá sido armado Cavaleiro e nomeado Condestável. Por lá esteve durante muito tempo e aí casou com uma senhora de quem teve três filhos.
Mais tarde, já viúvo, regressou a Portugal e a Ulveira de Espital com os filhos. Estávamos no ano de 1248 e reinava D. Afonso III, o rei da reconquista total do reino, o que aconteceu em 1249.

Voltou a casar com Domingas Sabachais, de quem teve descendência, sendo o sétimo avô de Frei André do Amaral, figura ilustre da História da nossa terra.

Rico, dono de muitas terras, resolveu mandar construir uma capela, onde seria sepultado com sua mulher. Encomendou ao aragonês Mestre Pero a escultura de um cavaleiro medieval, em pedra de Ançã (calcário), assim como as estátuas jacentes e o retábulo do altar, dedicado a Nossa Senhora da Graça.

Tudo isto terá acontecido por volta de 1279. A conclusão teve lugar mais tarde, já em princípios do século XIV.
Verdade ou apenas lenda? A Capela dos Ferreiros aí está, a estátua equestre aí está… é o símbolo de Oliveira do Hospital!