Seixo da Beira – Topónimo

Vila bonita do norte do concelho de Oliveira do Hospital, habitada desde tempos longínquos, como o atestam os vários monumentos do período neolítico. À beirinha do Mondego, deslumbramos a vista nas suas lindas paisagens naturais.

Tendo possuído estatuto municipal, perdeu a qualidade de concelho quando foi integrado no de Ervedal por Decreto de 6 de Novembro de 1836. Chamava-se então Seixo do Ervedal. Com a extinção do concelho de Ervedal, em 24 de Outubro de 1855, transitaram ambos para o concelho de Oliveira do Hospital, cuja situação hoje se mantém.

Pelo decreto nº 15005 de 7 de Fevereiro de 1928, a povoação de Seixo do Ervedal foi elevada à categoria de vila, passando a denominar-se, tal como a respectiva freguesia, Seixo da Beira.

A freguesia é constituída pelas povoações de: Aldeia Formosa, Felgueira Velha, Pedras Ruivas, Póvoa da Barbeira, Seixas, Seixo da Beira, Sobreda e Vale Torto.

E o topónimo? Seixo e Seixas estão ligados à geologia da zona. Seixo derivado do latim saxum, é uma pedra de pequenas dimensões, lisa e dura. Nas Inquirições de 1258 aparece grafado Saxo e no Cadastro da Beira de 1527, concelho do Sexo (leia-se: Secho). Sendo toda aquela região formada por rochas graníticas, grandes penedias, afloramentos de quartzo, exploração de cassiterite em Sobreda… é mais do que natural a origem do topónimo.

Da Beira, fácil: fica nesta província.

A título de curiosidade, vou falar também em Aldeia Formosa. Antes, chamava-se Aldeia de Punhete. Claro que não era um nome agradável, pela analogia que origina. Então, mudou-se o nome, aludindo à beleza e formosura da terra.

Voltando a Seixo da Beira. É uma terra com vários pontos de interesse e que merece uma visita. Não posso deixar de falar no narciso do Mondego, espécie vegetal silvestre e autóctone. Floresce na Primavera, por entre o mato rasteiro, meio escondido e está em vias de extinção. Que se saiba, ainda se vai desenvolvendo em três freguesias dos vales do Mondego, Seia e Cobral: Seixo da Beira (Oliveira do Hospital), Travancinha (Seia) e Fiais da Telha (Carregal do Sal). As inflorescências são delicadas, amarelas e de aroma agradável.

Além disso, tem um vasto património arqueológico e arquitectónico, a saber:

Pelourinho de Seixo da Beira (de construção posterior ao foral manuelino)

Igreja Paroquial (do séc. XVI, o orago é S. Pedro)

Anta de Curral dos Mouros (anta da Sobreda)

Anta de Arcaínha também conhecida por Dólmen do Seixo da Beira

Cruzeiro

Capelas de São Sebastião, São João Baptista e Senhora da Estrela

Baloiço panorâmico (construído em 2020 por iniciativa do Grupo Aventura Duas Antas e donde se avista o Mondego)

Lucinda Maria